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Definição da mandíbula vira febre mundial e aumenta número de procedimentos na região

Publicado em 4 de fevereiro de 2022

 

 

A mandíbula marcada ou afiada como uma navalha parece ser um ponto em comum quando olhamos as fotos das celebridades. Com uso da máscara que esconde o inchaço, pandemia aumentou busca por procedimentos na região
mandíbula demarcada

 Não é raro encontrar pessoas que tenham uma espécie de ‘bolsinha’ embaixo do queixo. Chamada também de papada ou queixo duplo, essa sobra de pele tem geralmente influência genética, podendo aparecer até em pacientes mais magros, mas em alguns casos pode estar relacionada ao excesso de peso, segundo o cirurgião plástico Dr. Paolo Rubez, membro titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica e da Sociedade Americana de Cirurgia Plástica (ASPS). “A mandíbula forte, marcada, é um ponto forte para perceber que alguém está envelhecendo bem. Se você pensar sobre os rostos mais fotogênicos do mundo, todos eles têm uma mandíbula que fica entre 120 e 130 graus. Suas mandíbulas estão levantadas; e a sua pele, esticada”, explica o médico cirurgião. “Uma mandíbula forte e definida pode não apenas sugerir juventude e vitalidade contra a perda de volume e elasticidade da pele à medida que envelhecemos, mas também confere estrutura e harmonia ao rosto”, afirma o Dr. Paolo Rubez, cirurgião plástico e membro titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica.

Há um verdadeiro boom na busca por procedimentos, cirúrgicos ou não invasivos, para demarcar a região. “Muitos pacientes perguntam sobre a definição de sua mandíbula, e houve até um aumento drástico na demanda por procedimentos na parte inferior da face em parte devido à pandemia. Aquilo que passamos a conhecer como ‘Efeito Zoom’, em que as pessoas passaram muito tempo em videoconferência observando a própria imagem durante o isolamento social, despertou o desejo de querer mudar essa região”, explica o Dr. Paolo. “Os homens buscam uma mandíbula mais projetada e forte, enquanto as mulheres querem que as delas sejam delicadas e firmes”, diz o médico.

O famoso estilista Marc Jacobs, por exemplo, decidiu, no final de julho desse ano, começar a ‘elevar’ o rosto e o pescoço. Ele fez isso em voz alta e com orgulho, narrando o processo, incluindo o pós-operatório e a recuperação, no Instagram, onde até adicionou as hashtags atrevidas #heckofaneck e #snatchedtightalright.

As cirurgias plásticas de mentoplastia (para projeção do queixo), lipoaspiração de mento (para retirada da gordura da papada) e lifting de pescoço (para ‘esticar’ a pele e dar fim à flacidez) tornaram-se opções cada vez mais buscadas. No campo dos procedimentos não invasivos, a criolipólise é uma opção para diminuir a gordura localizada da papada, a toxina botulínica pode ajudar a firmar e dar fim às linhas do pescoço, e os preenchedores podem ajudar a erguer o maxilar, harmonizar e demarcar a região, diz o médico.

Segundo o médico, dependendo da necessidade do paciente, pode ser necessário combinar os procedimentos. “Não é incomum fazer a lipoaspiração juntamente com o lifting de pescoço uma vez que pode ficar uma pele adicional por baixo que, com o tempo, pode ficar enrugada”, explica o médico. O lifting de pescoço contrai os músculos subjacentes e remove o excesso de pele.

O Dr. Paolo explica que, geralmente, a alternativa definitiva para harmonização facial é a cirurgia de mentoplastia de aumento, que amplia o tamanho do queixo, deixando-o mais projetado para frente com o intuito de deixar a face mais harmônica. “A cirurgia promove esse resultado por meio do uso de implante ou reposicionamento do osso. A necessidade da cirurgia é avaliada através do exame físico e fotos do paciente de frente e perfil”, diz o médico. “A cirurgia de avanço ósseo é feita sob anestesia geral e com duração em torno de 1 hora” comenta o cirurgião plástico. O local da incisão também pode variar, ou aplicado dentro da boca, chamado de intraoral, no sulco gengivolabial inferior, ou abaixo do queixo, chamado de submentoniana. Após isso, é realizado o deslocamento do osso da mandíbula, com o corte do osso do queixo para reposicioná-lo com a ajuda de pequena placa de titânio, proporcionando um resultado mais natural e usando a própria estrutura óssea do paciente.” Por fim, com a posição do mento fixada corretamente, é feito o fechamento da incisão operatória. É indicado o uso de uma faixa específica para reduzir o inchaço da região nos primeiros dias”, explica Dr. Paolo.

A mentoplastia é a alternativa definitiva aos preenchedores de ácido hialurônico, que também costuma trazer bons resultados, apesar do efeito temporário. “O procedimento não é definitivo. O ácido hialurônico, por ser uma substância natural, é reabsorvido pelo organismo. Então o tratamento dura de 12 a 18 meses”, afirma o médico. “O ácido hialurônico hidrata e traz vitalidade à pele, pois atrai moléculas de água entre as células. Nos tratamentos estéticos, essa substância é usada como preenchedor, pois proporciona volume às áreas tratadas, melhora o contorno facial e promove uma aparência mais harmônica”, diz.

Quando a necessidade é a retirada de gordura localizada, a opção é a lipoaspiração de mento. A cirurgia, realizada com anestesia local e sedação, é feita uma pequena incisão (cerca de 5 mm) na prega do queixo. No geral, o procedimento dura cerca de 20 minutos. “Os resultados são duradouros (a gordura retirada não volta) e o procedimento não costuma deixar cicatriz aparente. O procedimento pode ser combinado com a mentoplastia”, diz o médico. A opção não invasiva para tratar o excesso de gordura é a criolipólise. “O tratamento congela essencialmente células adiposas indesejadas; o corpo as metaboliza naturalmente e a área diminuirá de tamanho ao longo do tempo. Não é uma solução imediata: prepare-se para esperar algumas semanas até o resultado definitivo – mas pode reduzir drasticamente a gordura da papada, sem necessidade de repouso e pouca dor”, diz o médico.

Quando a mandíbula é ofuscada pela flacidez, rugas e falta de contorno do local, o lifting de pescoço pode resolver. “Realizado sob anestesia geral ou local, o procedimento é realizado através de um corte na região anterior da orelha, ao redor do lóbulo e avançando para dentro do cabelo. A partir disto é feito o descolamento da pele da face e do pescoço, o reposicionamento da musculatura e o reposicionamento e retirada do excesso de pele”, diz a cirurgiã plástica Dra. Beatriz Lassance, membro titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica. “Toda a tensão da tração do músculo é feita com pontos internos e não há qualquer tensão na pele, o que resulta em cicatrizes de boa qualidade e resultados naturais. As cicatrizes, apesar de extensas, são muito bem escondidas em dobras e linhas já existentes, ficando assim imperceptíveis”, afirma a especialista.

Mais recentemente, surgiu uma tecnologia minimamente invasiva, com resultados superiores aos procedimentos injetáveis. É o Surgical Derm, que é indicado principalmente para o tratamento de rugas profundas no pescoço. “O Surgical Derm é um plasma endodérmico que penetra na pele através de pequenos orifícios e se espalha na derme. Com isso, há uma grande contração da pele, que reduz de forma eficaz as rugas com resultado percebido já na primeira sessão. Seu grande diferencial está no fato de fazer a sublimação (passagem direta de uma substância do estado sólido para o estado gasoso) da pele sem carbonizá-la, o que torna o procedimento mais seguro e confortável”, afirma o dermatologista Dr. Abdo Salomão Jr., membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia.

Por fim, o Dr. Paolo Rubez lembra que é necessário examinar um conjunto de fatores para tratar a região, uma vez que os procedimentos podem ser combinados para potencializar o resultado. “É fundamental que o procedimento seja realizado por um cirurgião plástico especializado”, diz o médico. “E após os procedimentos, é necessário seguir a recomendação médica e incluir na rotina cuidados diários com a pele, com hidratação e fotoproteção, para evitar rugas e mais flacidez por conta de danos externos como a radiação ultravioleta”, finaliza o Dr. Paolo.

FONTES:

*DR. PAOLO RUBEZ: Cirurgião plástico, membro titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, da Sociedade Americana de Cirurgia Plástica (ASPS) e da International Society of Aesthetic Plastic Surgery (ISAPS), Dr. Paolo Rubez é Mestre em Cirurgia Plástica pela Escola Paulista de Medicina da UNIFESP. O médico é especialista em Cirurgia de Enxaqueca pela Case Western University, com o Dr Bahman Guyuron (em Cleveland – EUA) e em Rinoplastia Estética e Reparadora, pela mesma Universidade, e pela Escola Paulista de Medicina/UNIFESP.

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