A virtude do erro.
Publicado em 1 de dezembro de 2023
Apolo 11 esse foi o nome da primeira missão espacial tripulada a pousar na Lua em 1969, considerada a missão mais renomada já concretizada pela NASA. O principal objetivo era realizar um pouso lunar tripulado e voltar à terra, ademais explorar a Lua a partir do módulo “Eagle”, e intalar camêras para registrar as primeiras imagens do satélite. Foram anos de preparo, 20 outras viagens espaciais, porém em nenhuma o ser humano havia pousado. Os astronautas Neil Armstrong e Buzz Aldrin, ambos estadunidenses, foram os primeiros. Mas se me permitem hoje o destaque vai para uma mulher indiana nascida em 1936, Margaret Heafield Hamilton.
Margaret é formada em matemática, pós graduada em Meteorologia no MIT (Instituto de Tecnologia de Massachusetts), engenheira de software e desenvolveu o programa de voo usado no projeto Apollo 11. Escutando sua entrevista algo me chamou à atenção, Margaret tinha uma filha, Lauren, divorciada precisava leva-lá ao trabalho as noites e finais de semana. E como toda criança curiosa observava a mãe nas programações e testes.
Um dia decidiu “brincar de astronauta”, apertou teclas, e de reperente a simulação começou, apertou novas teclas e a simulação travou. Sem saber, é claro, Lauren tinha selecionado um programa que deveria ser executado à Lua antes do seu lançamento. Com isso, algo veio a mente de Magaret, tal incidente poderia acontecer inadvertidamente em uma missão real.
Naquele momento, Margaret sugeriu uma mudança na programação para evitar que um programa de pré-lançamento fosse selecionado durante o vôo. Porém seus superiores disseram que os astronautas eram muito bem treinados para cometer tal erro.
O que não esperavam era que na missão Apollo 8 um dos astronautas, bem treinados, a bordo acidentalmente fez exatamente o que Lauren havia feito, ocasionando muitos estragos e exigindo que a missão fosse reconfigurada. Logo após, os superiores autorizaram a mudança no programa. O computador, ou melhor software, foi reprogramado para reconhecer condições de erro. E nas palavras de Margaret ” Se o computador não tivesse reconhecido esse problema e se recuperado, duvido que a Apolo 11 tivesse pousado na lua com sucesso”.
Existe um espectro amplo e crescente sobre o significado de erros e acertos, a meu ver opostos que vivem muito próximos. As percepções sobre as falhas são relativas, mas verossimel é que podemos tirar boas lições dos erros e acertos. Talvez a primeira seja reconceiturar o erro, colocá-lo no lugar correto, erros no processo de aprendizagem importam, há aqueles que são construtivos e outros erros sistemáticos.
O primeiro surge no processo de aprendizagem, na descoberta, invenção ou até mesmo reinvenção, mas logo o abandonamos, afinal a aprendizagem no erro construtivo traz seu acerto.
Já o segundo é aquele que reside teimosamente, apesar das comprovações impedindo as possibilidades de aprendizagem e crescimento humano. Afinal, os antigos já diziam “Nunca cometa os mesmos erros duas vezes. Descubra sempre novos erros”.
Sim, Margaret, percebeu a virtude do erro, e conscientemente elaborou a oportunidade de revisão e avanço, uma atitude de coragem. Como você tem lidado e entendido os seus erros e acertos? O final do ano se aproxima e com ele elaboramos e vivenciamos o que se passou, planejamos o que virá a ser. Estamos preparados para cometer novos erros, reelaborar e oportunizar novos aprendizados. Bem como diz Bauman, ” O mundo como mundo só me é revelado, quando as coisas dão errado”. Há virtudes no erro, aprenda a encontrá-los.
Por Joice Batista
Referências
https://brasilescola.uol.com.br/historiag/apollo-11.htm#Corrida%20Espacial
Zygmunt, Bauman. A sociedade individualizada: vidas contadas e histórias vividas. Tradução José Gradel – Rio de janeiro: Zahar,2008.