A alta do OURO – Máxima Histórica
Publicado em 5 de fevereiro de 2025
Economista Welinton dos Santos
O ouro ultrapassou os US$2.864 (cotação do dia 05/02/2025) por onça na quarta-feira, atingindo um novo recorde histórico, à medida que os investidores procuram ativos de segurança em meio a crescentes preocupações de que uma guerra comercial EUA-China possa prejudicar o crescimento global.
Uma Onça Tray equivale a 31,10 gramas, portanto a grama do ouro está sendo negociada por volta de R$ 535,00 com a queda do valor do dólar, para o ouro 24 quilates (99,9% de pureza).
O que está levando a alta do valor do ouro no mercado mundial e brasileiro são:
Tensões geopolíticas na Europa e Oriente Médio;
Refúgio especulativo de investidores, por ser um ativo seguro em momentos de incerteza da política internacional;
Preocupações com a saúde fiscal americana;
Alta empurrada por pressões de cortes de juros de importantes bancos centrais pelo mundo;
Tarifação pelos EUA de produtos importados do Canadá e México (em negociação provisória), além da China;
Compras para aumento de reservas de ouro por vários Bancos Centrais pelo mundo. A última aquisição foi do Banco Popular da China que adquiriu em janeiro de 2025, mais 44,7 toneladas, passando a China a ter 2.279,57 toneladas de ouro em reservas no seu banco central;
Crescimento de países emergentes e aumento do poder de barganha dos BRIC’s.
Quando falamos em reservas de ouro por Bancos Centrais os maiores detentores são: 1º EUA com 8.1333 toneladas de ouro, em 2º lugar a Alemanha com 3.751 toneladas, em 3º a Itália com 2.452 toneladas, em 4º a França com 2.437 toneladas, em 5º a Rússia com 2.376 toneladas, a China vem na 6ª posição, mas ela comprou em 2023 praticamente 25% de todo ouro adquirido e está realizando novas aquisições (dados extraídos do Conselho Mundial do Ouro). Acredito que até o final de 2025, a China venha a ocupar a 3ª posição em razão das compras que vem realizando nos últimos 24 meses (apesar do grande volume, o ouro representa apenas 4% dos investimentos do Governo da China).
A China utiliza o ouro na indústria eletrônica, na área médica, no mercado de joias, entre outros. A Agência Estatal da China anunciou a descoberta na China Central do Campo de Ouro de Wangu, com reservas estimadas em 1.000 toneladas.
O Brasil extrai 75% do ouro das minas e 25% de reciclagem do ativo, num total negociado para o exterior da ordem de 78 toneladas por ano em média, além do consumo no mercado nacional.
Temos importantes empresas explorando este minério no país, como o Grupo Peruano Rochild em Goiás, a Cabral Gold no Pará, a Guimem no Pará, entre outras.
O ouro apesar de não ser um ativo de investimento, mas sim de segurança econômica, teve um aumento acumulado nos últimos 12 meses da ordem de 38,78%, o que tem atraído a atenção de investidores pelo mundo, bem como provocado atenção a ETF’s e criptomoedas lastreados neste ativo.