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Estudo no exterior exige disciplina e possibilita diversas possibilidades de carreira

Publicado em 15 de outubro de 2024

 

 

 

A vivência no exterior tem despertado cada vez mais o interesse dos jovens que buscam instituições fora do País. Pesquisa da Business Marketing International (BMI), de 2022, aponta que seis em cada dez brasileiros desejam estudar fora do país. Esse sonho tornou-se realidade para 455.480 alunos identificados pela Associação Brasileira de Agências de Intercâmbio, estudando em outros países em 2022 – número 18% maior do que o registrado em 2019.

Mas o caminho até viver transformadoras experiências profissionais e pessoais no exterior não é tão simples. A começar pelo processo seletivo para universidades internacionais, diferente do modelo brasileiro.

Como estudar no exterior?

Países como Estados Unidos, Canadá e Inglaterra consideram não só o desempenho acadêmico, mas também atividades extracurriculares, cartas de recomendação, redações pessoais (essays) e, em alguns casos, entrevistas. Cada instituição pode ter suas particularidades, como exigências específicas de documentos ou etapas adicionais.

Além de testes padronizados, como o SAT, ACT, exames escolares como os International AS&A-levels (Cambridge International), o AP, e até o Enem (aceito como processo seletivo em Portugal), muitos desses processos incluem exames de proficiência no idioma, como o TOEFL, IELTS ou IGCSE English, que comprovam a fluência necessária para acompanhar as aulas. É essencial que o aluno também conheça a cultura da universidade para se preparar adequadamente para entrevistas, que podem ser decisivas.

Atividades extracurriculares são fortemente valorizadas, especialmente nos Estados Unidos, demonstrando habilidades de liderança e engajamento do candidato fora da sala de aula. Já em países como o Canadá e a Inglaterra, o foco é mais nas notas e cartas de recomendação, sendo crucial entender a ênfase de cada etapa no país e na instituição escolhida.

Evento orienta estudantes

De olho no interesse de jovens brasileiros em cursar o ensino superior no exterior, a International Schools Partnership (ISP) realizou pela primeira vez no Brasil o ISP Future Pathways Festival, evento que reuniu no Colégio BIS, em São Paulo, representantes de cerca de 40 universidades internacionais e nove nacionais, além de empresas parceiras.

O objetivo do evento foi guiar estudantes do Y9 a Y12, do Ensino Fundamental e Médio e pais do Colégio BIS e da Escola Bilíngue Aubrick, e suas famílias, na jornada acadêmica no exterior, capacitando-os para prosseguir os estudos internacionais com sucesso.

Este ano, o evento internacional foi realizado em 13 escolas filiadas ao ISP na América Latina – além do Brasil, a iniciativa passou pelo Chile, Colômbia, Equador e Peru, celebrando a diversidade educacional da América do Sul – reunindo público estimado de cinco mil participantes.

Em 2023, o Festival reuniu mais de 4 mil participantes e 100 instituições, o que demonstra o crescente interesse na educação internacional e o número de oportunidades que podem ser exploradas.

Alunos brasileiros são bem-vistos no exterior

Para os representantes de universidades estrangeiras presentes no ISP Future Pathways Festival, os alunos brasileiros têm grandes diferenciais e são muito bem-vistos pelas instituições internacionais.

Karine Dombi, representante da Northwestern University, localizada na cidade universitária de Evanston, próxima a Chicago, convidou os estudantes brasileiros a conhecer a possibilidade de ingressar na instituição, uma das mais seletivas dos EUA. “Tem uma comunidade brasileira muito vibrante lá, os alunos chegam e já se sentem em casa. Eles se conectam e se destacam no mercado de trabalho global”, afirma.

Já Daniel Herrera, que representou a University Western Australia, também concorda com a afirmação de que os brasileiros são muito bem-vistos no exterior. “O brasileiro é muito interessado e de alguma forma quer fazer bonito lá fora. Eles vão com muita vontade e sempre são bem-vistos e genuínos”, comenta.

Portugal também é uma opção para brasileiros que querem estudar no exterior. Além de os dois países falarem a mesma língua, o que pode ser uma grande aliada na adaptação do estudante, algumas universidades portuguesas também ministram suas aulas em inglês, uma oportunidade de expandir os horizontes.

Ana Cláudia Fonseca, da consultoria EDU Portugal, destacou a viabilidade de estudar no país europeu: “O Enem brasileiro pode ser utilizado como forma de ingresso, e o diploma português é aceito em toda a União Europeia. Além disso, os custos de vida e de universidades em Portugal são menores”.

Certificações internacionais são válidas como vestibular no Brasil

Estudantes de ensino médio que tenham concluído o ciclo em escola acreditadas internacionalmente, podem agora usar essa acreditação como forma de ingresso nas universidades particulares brasileiras.

No caso do Brazilian International School, acreditada pelo Cognia nos Estados Unidos, os alunos aprovados no SAT (prova similar ao Enem, um exame padronizado de Língua Inglesa e Matemática, aplicado aos estudantes americanos, e que serve como critério de admissão em universidades dos Estados Unidos), podem usar esse teste para substituir a nota do Enem ou os vestibulares tradicionais de diversas instituições de ensino brasileiras.

Já na Aubrick, uma escola bilíngue brasileira com formação internacional, os estudantes acessam as certificações Cambridge International AS&A-Levels, um diferencial em sua formação. “Desta forma, ao final dos estudos, eles podem se candidatar para vagas tanto em universidades no Brasil quanto no exterior, tendo a qualificação necessária para isso”, relata a diretora pedagógica, Teca Antunes.

Orientação educacional é importante

A escolha de uma carreira já costuma ser difícil para um jovem, escolher onde e o que estudar no exterior pode ser mais difícil ainda. Para a diretora pedagógica do Colégio BIS, Audrey Taguti, a orientação educacional é fundamental para os alunos que desejam estudar no exterior, pois oferece a eles uma visão clara sobre as diferentes opções e processos envolvidos. “No ISP Future Pathways Festival, buscamos não apenas apresentar alternativas acadêmicas, mas também auxiliar nossos estudantes a fazerem escolhas mais assertivas para suas trajetórias futuras”, opina.

A diretora geral da Escola Bilíngue Aubrick, Fatima Lopes, afirmou que o processo de estudar fora vai muito além de escolher uma instituição, é uma decisão que envolve planejamento e preparação. “A orientação personalizada ajuda os alunos a identificar seus objetivos, entender as demandas internacionais e, principalmente, a desenvolver habilidades que serão essenciais no ambiente acadêmico global”, completa.

Mariana Barbosa, mãe da estudante Julia Freire Vianna, do Y10, do Colégio BIS, participou da feira para conhecer novas oportunidades de estudo. “Ela acabou de voltar de um intercâmbio e tem interesse em fazer faculdade fora, até porque a escola proporciona a questão da segunda língua. Achei interessante a ideia da feira, de orientar alunos e pais sobre as carreiras no exterior”, diz.

Patrícia Patané, mãe de Maria Luiza Maluf, do Y9, da Escola Aubrick, gostou muito da oportunidade de participar da feira. “Minha filha ficou muito entusiasmada, ela percebeu que pode ter a chance de estudar no exterior. Para o aluno, é fundamental conhecer as possibilidades, para no terceiro ano fazer uma escolha consciente”. O pai de Maria, Marcos Ivan Maluf, afirma que a feira elucidou muita coisa e abriu possibilidades. “Foi uma iniciativa que trouxe muitas coisas boas para os alunos e pais”, finaliza.

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