Traição e Perdão
Publicado em 5 de fevereiro de 2020
Hoje vou trazer um tema muito recorrente no consultório: traição e perdão.
Trair em um relacionamento amoroso é quebrar a lealdade estabelecida pelas expectativas de ambos os envolvidos. Ninguém pertence a ninguém, todos somos livres e isso é fato. Escolhemos estar com alguém por algum motivo.
Aliás, liberdade é ser capaz de amar sem pertencer e viver sem dominar. Ok, mas se ninguém pertence a ninguém, trair é permitido?
Há quem defenda com convicção que jamais perdoaria uma traição, outros já tem dúvidas. O fato é que se trata de uma situação pessoal e muito particular de cada um.
A maioria das pessoas raramente tem uma boa definição do que significa ser infiel, subestima a traição por parte do outro e tem pouca noção de como lidar com a situação. Portanto, quando acontece, têm que lidar com algo doloroso, triste e desconhecido. Traição traz junto os sentimentos de rejeição e desprezo, interferindo diretamente na autoestima da pessoa traída.
Diversas pesquisas nacionais e internacionais já relataram altos índices de infidelidade entre homens e mulheres. Estamos mais vulneráveis, estamos mais expostos. A facilidade de comunicação (incluindo as redes sociais) e o avanço da tecnologia contribuíram para isso. O tempo todo estamos escolhendo e abdicando por algo em nossa vida e no relacionamento amoroso não é diferente.
Quando escolhemos viver um amor, criamos expectativas e sabemos o tipo de relação que estamos aceitando. Os acordos estabelecidos entre o casal no início do relacionamento norteiam as “regras” para o que é permitido ou não. Portanto, não podemos julgar o outro diante de uma situação de traição, pois a realidade vivida por ele pode ser completamente diferente da nossa. E nenhuma está certa ou errada, cada um precisa viver aquilo que consegue se adaptar, aquilo que traz felicidade ou que faz sentido de acordo a sua estrutura de crenças psicológicas já estabelecidas.
Mais importante que o medo de ser traído, que muitos pacientes trazem para o consultório, é prestar atenção nas suas atitudes e pensamentos. Por que tenho esse medo presente? Por que desconfio? O que é responsabilidade da minha insegurança e o que é responsabilidade da atitude do outro? Eu realmente estou vivendo um relacionamento feliz ou acomodado?
O medo de ser traído é um sinal de alerta que algo não vai bem na relação. Entender esses porquês e fortalecer o autoconhecimento vai prover maior segurança para que você possa mudar seu comportamento.
Em muitos casos de traição há um grande vazio que permitiu espaço para o novo entrar. Esse vazio muitas vezes está relacionado à falta de admiração e ao questionamento do amor. Por isso tão importante o dialogo e a comunicação de sentimentos em uma relação.
Perdoar ou não
Como falamos anteriormente, cada ser é único em sua constituição e ideias.
Somente você sabe o que é melhor para você mesmo e o que você suporta. Se você acha que vale a pena, que você ama, refletiu sobre a forma como ocorreu e aceitou os fatos, vale a pena ainda acreditar.
O importante é não seguir em um relacionamento baseado em mágoas, ressentimentos e tristeza.
Alguns casais tem o relacionamento solidificado após uma traição, pois só então costumam refletir juntos sobre os problemas existentes.
Tudo na vida é aprendizado e crescimento. Nada na vida dura para sempre, nem as dores, nem as alegrias.
Escolher mais uma vez permanecer em uma relação onde já ocorreu uma traição deve ser algo que você opte por certeza que os dias serão melhores e não por vergonha, medo de estar só ou de sair da sua zona de conforto.
Se permanecer nessa relação vai fortalecer você como ser humano e como casal, é algo que vale a pena refletir para tentar reestabelecer o equilíbrio da situação.
Se permanecer nessa situação vai trazer mais problemas e sentimentos negativos como ciúmes, brigas, desconfiança, tristeza, invasão de privacidade entre o casal, é melhor seguir sozinho.
Não tenha receio de pedir ajuda se achar necessário. Escolha sempre pelo caminho de uma relação saudável, nunca depositando a expectativa de felicidade sobre o outro ou sobre a relação, e sim sobre você mesmo!
Psicóloga Gabriela Marini
Telefones (12) 99621-1558/ 3308-0084
Parabéns Gabriela, falou tudo!
Temos que ter amor próprio acima de tudo, e tambem acredito que todos temos a liberdade de escolher oque é melhor para cada um de nós,e realmente vejo que muitas pessoas se prendem em relacionamentos por comodismo ou medo de ficar sozinha, inclusive eu ja tive pensamentos assim em relacionamentos passados, em que eu não estava feliz. Hoje, com minha experiência em relacioanmentos anteriores, sei que tenho minhas metas de vida e de relacionamento e sei oque é a minha felicidade, e sei que minha felicidade não está em outra pessoa e sim em mim mesmo! E como você disse, temos que saber avaliar oque realmente nos motiva estar com a pessoa, e se permanecer com ela vai nos fortalecer ou vai trazer mais problemas e sentimentos negativos! Infelizmente ,muitas pessoas não enxergam essa realidade e acabam tendo até problemas sério de saúde, mas esse texto com certeza vai ajudar muitas pessoas que passam ou que passarão pela situação, continue publicando que com certeza ajudara muitas pessoas.
Sucesso pra ti! Abraço.